O Conflito entre Homofobia e Liberdade de Pensamento


Há um explícito conflito entre os conceitos de homofobia e de liberdade de opinião dos heterossexuais.

censura, liberdade de expressão


DESNUDAR-SE de hipocrisia para exercer a manifestação do livre pensamento transformou-se em conceito de polêmica e, no Brasil, tal coragem pode até ser interpretada como preconceito, discriminação e, quiçá, racismo. Pós-ditadura, o País vive a singular e cansativa discussão do indiscutível, que é justamente o direito garantido a cada brasileiro de dizer o que pensa e defender as próprias convicções. Somos quase 200 milhões, portanto, jamais seremos unânimes. Está aí a beleza da Constituição de 88 nos garantindo a individualidade.
NA última campanha presidencial o debate em torno da opinião de Dilma Roussef sobre o aborto ofuscou temas de igual importância para o País. Quem era a favor da legalização calou-se diante de fervorosas críticas e violentos movimentos. Aborto é crime previsto em lei, debater o assunto e discordar dele não é.
MESMA campanha contaminada de intolerância é dispensada a questões que tratam da opção sexual.  Representantes de direitos humanos e minorias e entidades religiosas entram em debate acintoso, ferindo-se mutuamente em seus direitos a liberdade de pensamento e opinião. Pior ainda quando tema de natureza intrínseca do ser humano é levado as hostes do Congresso Nacional, como se lei fosse além da imposição de mudança de comportamento e alcançasse o pensamento individual tornando-o coletivo.
DESDE que o  mundo é mundo há preferências sexuais distintas e desde que passamos a viver em sociedade existem leis para conter os excessos. Mais recentemente, países democráticos criminalizaram a discriminação. No Brasil, racismo e qualquer ato de injúria são severamente punidos em lei. Portanto, não há que se falar em novas leis para combater a homofobia, proibir isso ou aquilo. Deve-se cumprir a legislação vigente. Quem é homossexual tem que ser respeitado tanto quanto quem é heterossexual porque ambos vivem sob a mesma lei.
É nesse sentido que a Câmara de Deputados tem avançado de forma inconsequente, impondo sanções a quem tem opinião contrária a relações homoafetivas, mesmo quando se trata de uma orientação de pai para filho ou de pastor e padre para fiel. Sob a justificativa de combate a homofobia, deputados federais aprovaram uma cartilha gay que deve ser distribuída no ensino fundamental das escolas públicas a partir de 2012. O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) denunciou que o conteúdo do material gráfico é pura apologia ao homossexualismo porque traz histórias como a de um garoto por nome Ricardo que, certa hora vai ao banheiro, vê o “documento” do amiguinho ao lado e se declara apaixonado. Em outra cartilha, segundo o parlamentar carioca, há um caso lésbico e a discussão da profundidade em que a língua deve entrar na boca da outra. Bolsonaro classificou o conteúdo como promíscuo, escandalizou o grupo de defesa das minorias e foi tachado de homofóbico.  Percebe-se aí que se por um lado alguns heteros se julgam superiores, por outro defensores do homossexualismocaminham no mesmo sentido ao impor, no conteúdo da cartilha, uma escolha às crianças e adolescentes que aflora pela pura natureza humana. Melhor seria que as cartilhas falassem de homofobia e que a opção sexual ficasse entre quatro paredes.
HÁ um explícito conflito entre os conceitos de homofobia e de liberdade de opinião dos heterossexuais. Não há o que debater, mas o que combater. A homofobia deve ser coibida, mas a simples manifestação contrária dos heteros não pode ser considerada um crime.
Extraído e adaptado de Ivonete Gomes (Imagem via Tatarana)

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

1 comentários:

Unknown disse...

Olá Marivan, parabéns pelo post!, aproveito para convidar todos os seus amigos e visitantes para também seguir nosso blog assim como você que já nos segue: http://portalcolina.blogspot.com

Abraços, Fabiano

Postar um comentário